ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

78. GALPÃO SOMBREADO (1)






Toda pequena propriedade rural pode e deve ter uma horta para produção de legumes e hortaliças necessárias à alimentação. Facilmente se produz tomates, berinjelas, pimentões, cenouras, e todas as verduras de folhas. È tambem uma oportunidade para produzir alimentos sem agrotóxicos ou, se necessário, usando defensivos naturais como calda de fumo em corda com alcool e detergente. Ocorre que moramos em um país tropical onde o sol, as chuvas torrenciais, inclusive de granizo, e tambem os milhares de insetos e pásssaros poderão danificar completamente nossa plantação. Por esse motivo de uns tempos para cá tem sido muito utilizado cobrir inteiramente a horta com tela sombreadora. Na periferia de São Paulo, no chamado cinturão verde, é cada vez maior o número de galpões cobertos utilizando estruturas de aço feitas por firmas especializadas. Muitas vezes esses galpões são primeiramente cobertos com plástico transparente (mulshing) e em seguida sombreados. Dessa forma os canteiros ficam completamente livres das chuvas e o aporte de agua é realizado de acordo com a necessidade dos vegetais. Algumas instalações poderão ser somente cobertas com tela sombreadora as quais podem barrar 25, 50 ou 75 por cento da insolação. Entretanto as chuvas continuarão a castigar a plantação, porem peneirada pela tela, com certeza ficará livre do granizo.

O pequeno produtor que não tiver acesso a empresas profissionais que executem esses galpões, ou aqueles que queiram cobrir a horta sem gastar muitor dinheiro, poderão fazer facilmente um galpão de dimenções 5,60x18,0m, ou seja aproximadamente 100m². Na foto 1 temos uma visão geral onde a seta amarela aponta para o acabamento de bambu nas laterais. Esse acabamento reforçado foi necessário devido aos cachorros que, sem motivo aparente, rasgavam a tela, mas tambem por motivos economicos. A foto 2 mostra a armação feita de eucalipto. Como a tela terá que ser bem esticada, as duas estremidades terão que ser reforçadas, inclusive com mãos francesas de apoio, conforme se vê na foto 1.

A cada 3 metros colocaremos de um lado e do outro moirões de cerca, reforçados, de 2,20m, enterrados 0,40m. Conforme se vê na foto 3, na extremidade do moirão se faz um furo, parcial, com 30°(mais ou menos), de forma a poder encaixar 0,30m de cano galvanizado de ½ polegada. Veja a foto 3. Nesse cano, se insere 6m de uma barra de ferro de construção de ½ polegada. Ao envergar a barra ela será colocada tambem do outro lado, formando uma curva (foto 2). Longitudinalmentre amarramos o conjunto com arame de aço desses usados em cerca paraguaia ou outro arame de igual espessura. Sobre essa montagem se estica a tela sombreadora. Em uma das extremidades se faz uma porta telada. Os materiais usados são: tela sombrite (50%), arame, moirões, esteios de eucalipto de uns 0,18m de diametro, grampo para cerca, ferro de construção de ½ , pedaços de cano galvanizado de½ polegada, pregos, grampos para cerca e bambus.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

77. Gramados (1)




Em 1966 comecei a construir casas na praia do Pernambuco, Guarujá (SP), e era usual fazer um jardim gramado. Na época falava-se de grama batatais e grama São Carlos, que se diferenciavam pela largura das folhas. Não era fácil, como hoje, se conseguir comprar grama em tapetes. O que havia no mercado eram placas de grama que se ajeitava no terreno cobrindo, posteriormente, com terra adubada. Muitas vezes a grama vinha com a praga tiririca, de difícil ou impossível eliminação. Como os terrenos na região eram arenosos, se fazia necessário uma grossa cobertura de terra sem o que a grama, absolutamente, não vegetava bem.
Em 1977 levei o costume de plantar e cuidar de gramados para Brazópolis, MG, onde cuido de quase um hectare de gramado.


A região é bastante ondulada e o gramado, naturalmente, não é plano o que dificulta bastante o corte da grama. Alem disso chove bastante na primavera/verão e nesses meses é indispensável cortar a grama quase três vezes ao mês, sem dúvida um trabalho e tanto. Também é necessário retirar a tiririca e outras pragas que se estabelecem no gramado, principalmente no verão, o que requer o trabalho de uma pessoa somente para esse serviço.

Há três anos levei algumas mudas de grama esmeralda e plantei no meio da grama batatais já estabelecida. Coloquei também algumas mudas em uma escada de terra que dá acesso ao pomar. Aconteceu uma coisa que, sinceramente, eu não esperava. Na foto 1 se vê a grama de folha estreita invadindo e matando a grama batatais. Na foto 2 se vê a escada totalmente coberta pela nova grama. A grama esmeralda invadiu e aniquilou a grama de folha larga e por onde se espalhou, nascem pouquíssimas pragas. Para minha alegria trata-se de uma gramínea de crescimento vertical lento, pelo menos em minha região, o que resulta em uma diminuição do trabalho em mantê-la cortada.
É uma grama mais bonita e macia, uma verdadeira maravilha. Eu aconselho sua utilização para quaisquer tipos de gramados.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

76. Eucalipto (3)





O eucalipto citriodora tem esse sobrenome porque os perfumes de seus óleos aromáticos recendem a frutas cítricas, entretanto mudou de nome. Agora é uma Corímbia, não se hibrida com os eucaliptos, mas suas características muito se aproximam. São parentes próximos. Seu fuste, ramos e folhas se igualam. A madeira é densa e resistente e apesar de variações cromáticas tem a aparência do jacarandá mineiro. Inicialmente cultivado para extração do óleo de suas folhas, muito usado em saunas, agora tem sido plantado também para substituir a peroba na construção de telhados. Não é vegetal de crescimento rápido como o eucalipto híbridado com o grandis, mas aos 20 a 25 anos seu DAP (diâmetro na altura do peito) pode chegar a 1,80m. O mais importante, porém é que possibilita o corte de vigas e caibros de grandes comprimentos sem torções ou empenamentos.

O produtor rural, pequeno ou grande, sentindo a escassez de madeiras de nossa reserva natural procura, avidamente, uma espécie que possa substituí-las. Fala-se no guanandi, excelente como substituto do cedro ou do mogno, entretanto como se trata de vegetal de nossa flora, é preciso muito cuidado para investir nesse reflorestamento. Lembrem-se do descendente de japoneses que plantou mogno, há trinta anos, para custear a universidade da neta e depois foi proibido de cortá-los. Os débeis mentais continuam atrapalhando o desenvolvimento do país. O melhor é plantar eucalipto (corímbia) que é uma espécie exótica.

Algumas madeiras de nossa flora são atacadas por brocas que, às vezes, atacam também árvores exóticas. Os vegetais se defendem como podem, mas se a broca se infiltrar no cerne e abrir galerias a madeira tornar-se-á imprestável para a indústria moveleira. O plátano, madeira muito utilizada na Europa e Norte America, na região do sul de Minas Gerais é altamente atacada pela broca que acaba inutilizando a madeira.

Até onde eu sei os eucaliptos comumente plantados em nossa região não são sensíveis a essa praga, exceto a Corímbia. O inseto alado coloca seus ovos até alturas de dois a três metros e a lagarta resultante perfura o ebúrneo. Foto 1. Não sei, ainda, se chega ao cerne, mas a árvore se defende vertendo a seiva que coagula em contato com o ar trancando o orifício. Algum tempo depois o ferimento cicatriza. Não tenho encontrado sinais de perfuração nas toras de citriodora desdobradas, mas acho que é necessário um estudo mais aprofundado para constatar os efeitos do ataque do inseto. Em experiência de prospecção à profundidade dos furos, na maioria dos casos, a perfuração não passou de 1 cm. Entretanto encontrei uma perfuração com 5 cm mas que estava sendo atacado pela abelha arapuá e a seiva, muito liquefeita, não conseguia coagular. Tudo indica, salvo melhor estudo, que o ataque se restrinja a casca.