ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

48. Meio ambiente (7)



É uma foto do Brasil. Em todas as Cidades e em todos os Estados esse é fato corriqueiro. Nesse lixo se podem encontram seringas, vidros vazios de agrotóxicos, pilhas, enfim qualquer coisa uma vez que não existe a coleta separada e ninguém fiscaliza inclusive porque seria inviável.
A coisa funciona mais ou menos assim: primeiro o poder público federal aprova leis severíssimas que devem ser cumpridas para a salvaguarda do meio ambiente. São previstas multas altas às vezes acompanhadas de detenção. Uma verdadeira loucura. Em seguida se descobre não ser exeqüível cumprir o novo preceito e nessa ocasião o próprio poder público dá início ignorando completamente o regulamento e tudo continua como d’antes...
A lei existe e ninguém cumpre, portanto todos são passives de punição, ora em que os fiscais aproveitam para multar os desafetos. Coisa de doido!
Cumpre observar que legislar por atacado fazendo regras para que funcionem no RGS e também na terra do Sarney não é racional. Leis ambientais deveriam ser atribuição dos Municípios e a Federação somente legislar sobre as regras básicas.
Dito isso pergunto: que tal botar os pés no chão e fazer pelo menos o básico no que tange ao recolhimento do lixo? O poder público não deve nem pode ficar esperando que ONGs sem dinheiro organizem a disposição final de nossos detritos. São os agentes do poder público que devem tomar as providências de organizar esses serviços. Vamos arregaçar as mangas, gente!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

47. Meio ambiente (6) "Morus Nigra", Amora Preta.

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Na primeira foto temos um magnífico exemplar de Morus nigra carregada de frutos. Este ano esperávamos, com ansiedade, colher as amoras tingidas de negro, saborosas e doces. A geléia de amoras, dessas amoras, não é coisa para se desprezar. Na foto numero 2 vemos as amoras tentando amadurecer. Inicialmente com a cor clara tornam-se vermelhas e quando amadurecem são pretas.
Todavia as maritacas (maitacas) chegaram antes. Bandos de 50 aves ou mais, vorazes e falando vários idiomas, atacaram minha futura geléia. Devoraram as amoras da parte superior da árvore, defecando os pequeninos caroços e demais matérias fosfatadas nas folhas e amoras que ficavam mais abaixo, como mostra a foto número 3. Uma porcaria.
Há 30 anos não víamos essas aves na região. Começaram a aparecer nos últimos 12 anos, cada vez em bandos maiores, barulhentos a ponto de incomodar quem está próximo. Elas emitem variados sons estridentes e com certeza se comunicam entre si. Identicamente aos pardais, elas procuram se aproximar do homem invadindo forros e telhados onde mastigam os fios retirando toda a isolação de plástico, talvez para afiar o bico. Muitas vezes ocasionam curtos-circuitos e até incêndios.
Dizem que atacam ninhos de outros pássaros comendo os ovos ou os filhotes. Eu nunca vi. Quem produz uvas framboesas morangos etc. e não montar guarda a partir das 05:00h se arrisca de ficar sem a colheita. Quando a praga que ataca as colheitas é uma mosca, uma borboleta, bactéria ou vírus existe autorização para combater o predador de nosso alimento porque coloca em risco nossa existência. Se o agente for um elefante, uma capivara, um pássaro o raciocínio é completamente outro. Sabe-se pouco sobre o equilíbrio natural, mas não é difícil de entender que um simples vírus possa vir a ser mais importante para o tão falado e badalado equilíbrio, do que todos os pássaros juntos. É assunto que requer estudo e detalhamento mais profundo. (continua)

sábado, 17 de setembro de 2011

46. Noz Macadâmia


                                                         


Foto 2
Foto 1


Foto 3

Na foto 1 vemos uma macadamia integrifolia, planta de origem australiana que, assim como o eucalipto, se adaptou muito bem ao clima brasileiro. A da foto foi originada de semente cuja germinação ocorreu há cinco anos. Seguindo a idéia de trabalhar com um produto que não seja muito perecível e que, portanto, não precise ser vendido logo após a colheita, a macadâmia é uma ótima opção para pequenas propriedades. Trata-se de uma árvore de grande porte, pois pode atingir os quinze metros. É longeva e existem relatos de plantas seculares.
Dias quentes e noites frias onde a precipitação pluviométrica seja no mínimo 1200 mm seria um local ideal para o cultivo dessa espécie. É importante a escolha de uma muda de boa qualidade e ficar atento nos primeiros anos. Da mesma maneira que as cítricas ela necessita um solo profundo.
A colheita é feita da mesma forma que se faz com as nozes pecã, isto é, são coletadas no chão quando, já maduras, caem da árvore. Hoje se vende um quilo de nozes macadâmia a R$5,00 com casca. Sem a casca chega a custar R$25,00. A foto 2 mostra nozes produzidas em 2010/2011 pela nogueira em questão.
Até agora tive que combater duas pragas: O estabelecimento da camurça, camada aveludada que envolve os pequenos galhos e a abelha Arapuá. A foto 3 mostra o ataque das arapuás que carregam as folhas tenras, brotos e pendões florais da planta, o que atrasa seu desenvolvimento. A camurça se resolve com pulverização de enxofre pó molhável. Os insetos nós temos que procurar suas casas nas imediações e destruí-las. Até agora não conheço o predador dessas terríveis abelhas.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

45. Meio Ambiente - Tamanduá - (5)

FOTO DE LOCAL COM CUPINS


Segundo os magos da nossa ciência contemporânea nós humanos somos os únicos seres racionais habitantes da terra. Essa racionalidade, entretanto, não está sendo suficiente para nos orientar no sentido de conseguir dar um fim lógico aos subprodutos próprios das atividades humanas. Naturalmente eu falo do Brasil. No Japão e Alemanha esses problemas já estão, há muito tempo, resolvidos. Em Nápoles, na Itália, ainda não.
Pais de segundo ou terceiro mundo é aquele onde o Poder Público não funciona, ou funciona mal por falta de racionalidade ou vontade de seus agentes. É o caso de todos os países latino americanos.
Um país não pode ser considerado rico ou emergente porque exporta muito e dispõe de grandes reservas de papel verde. País de Primeiro Mundo é aquele onde não se joga toneladas de esgoto sanitário in natura nos rios e o lixo é separado no local de origem e em seguida coletado e reciclado. Cabe às prefeituras, isto é as autoridades locais, a solução desses problemas, que, infelizmente, se omitem.
Entretanto, cada cidadão tem sua parcela de responsabilidade e deve contribuir para preservar o equilíbrio da natureza. Os ambientalistas urbanos se preocupam com a extinção do mico leão dourado e com a arara azul, o que é, sem dúvida, relevante. Eu pergunto, não seria, todavia, mais relevante preocupar-se com o desaparecimento completo dos tamanduás mirim e bandeira?
Sabem por quê? Pastagens, cafezais, terras incultas estão cheias de cupinzeiros e formigueiros. Os cupins devoram as raízes das plantas jovens e as formigas as folhas de todas as plantas, jovens ou velhas. Há 60 anos se dizia: ou o Brasil acaba com a saúva ou ela acaba com o Brasil.
Vamos fazer uma campanha, para salvar também os tamanduás, sem dúvida mais importante para nossa precária existência. (final)