ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

BAMBU (2)


FOTO (1)
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FOTO (2)
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Tenho acompanhado essa touceira de bambu durante 34 anos. Acredito que ela tenha mais do que 70 anos, pois foi plantada pelo antigo proprietário do local e esta foi a primeira vez que floresceu. Na realidade são três touceiras próximas. Duas delas entraram em florescência. A terceira não. Provavelmente as duas que floresceram são plantas do mesmo rizoma, ou são clones. O bambu é uma planta maravilhosa e misteriosa. Com respeito à floração poderíamos especular que o vegetal usa toda sua energia vital para produzir as sementes e por isso morre, mas também pode acontecer que, por motivos de falta de nutrientes ou umidade, a planta, em vias de fenecer, lance suas sementes para garantir a sobrevivência da espécie. Esse fato acontece com outros vegetais é plenamente possível, mas então, quando é que o bambu floresce normalmente? Por enquanto só Deus sabe.
Numa chácara, sítio ou fazenda, o bambu é e será sempre necessário. Seus brotos tenros podem ser usados como alimento. As cercas de arame farpado poderão ser melhoradas colocando bambus partidos ao meio verticalmente e amarrados com arame fino. Esse cercamento poderá ser feito em galinheiros e mesmo em bezerreiros. Há vinte anos fiz um pequeno estábulo para servir como retiro de leite. Nas colunas, feitas dentro dos blocos de cimento, em vez de ferro usei bambus cortados em três e amarrados casca contra casca. Também as lajes foram feitas com bambus e permanecem firmes. É um procedimento que recomendo. Além disso, as divisas poderão ser plantadas com bambus e durarão para sempre.
A foto 1 mostra a provável inflorescência. A foto 2 um bambuzal vizinho àquele, para o qual ainda não chegou o grande dia de lançar flores e sementes. (Final)





quinta-feira, 17 de março de 2011

20. Bambu (1)



Bambu ou taquara. O primeiro soa como se fosse de maior diâmetro, mais grosso, e o outro da variedade mais fina. Nada disso. O verbete taquara tem origem tupi. Existe taquaruçu, taquari, taquaritinga etc. Já o verbete bambu é de provável origem Malaia. Até as crianças sabem reconhecer um bom bambu, afinal quem já não precisou esse maravilhoso vegetal, com suas fibras fortes e flexíveis, para fazer papagaios, pipas ou barriletes.
O bambu pertence à família das gramíneas e conta-se no mundo mais do que 1250 variedades que vegetam em uma grande diversidade de climas e altitudes. É realmente uma planta surpreendente e mágica e tem uma infinidade de utilidades desfrutadas nos países orientais como a China, Japão, Indonésia e outros. O Brasil começa timidamente, a desenvolver indústrias que usam o bambu como matéria prima.
O bambu possue uma grande biomassa por metro quadrado e um enorme metabolismo calcado na fotossíntese. A planta tem fundamental importância para amenizar o clima uma vez que armazena grande quantidade de umidade em seu interior e também em seus rizomas, além de transformar o calor solar em celulose. Para se beneficiar de suas fibras e torná-lo mais durável, a colheita deve ser feita no inverno. Em alguns lugares é uso corrente eleger o dia de Santa Luzia, no mês de maio, como a melhor ocasião para o corte, mas, naturalmente, durante o inverno os colmos estão com menos seiva sendo essa época ideal para a colheita.
Alguém de olho na foto terá perguntado por que uma foto tão feia e que, certamente, não representa uma touceira maravilhosa de um bambuzal?
Essa foto, tirada em 3 de março de 2011, retrata o bambuzal em floração, coisa que ocorre segundo alguns, a cada cinqüenta anos. Após a misteriosa floração o vegetal morre! Pouca gente chegou a ver um bambuzal em flor e esta é a oportunidade. (continua)

sexta-feira, 11 de março de 2011

19. Figo da Índia (3)


Foto 1
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Foto 2
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Foto 1

A foto 1 mostra uma figueira mal conduzida. Devemos podá-la para que não cresça muito em altura, mas se espalhe e se apóie no solo. Isso é necessário a fim de que a colheita seja facilitada e um vento mais forte não a derrube. Os galhos e tronco da figueira são frágeis.
O plantio não encerra nenhuma dificuldade. Basta cortar uma palma (galho) e jogá-lo de qualquer forma na terra e ele sobreviverá tornando-se uma nova figueira, mas é lógico que não devemos ter esse procedimento. Pode-se escolher um galho ou um conjunto deles e enterrá-lo utilizando os normais preceitos de plantio.
Isso pode ser feito ao longo das cercas limites de propriedade. Conduzidas, as figueiras caminharão ao longo da cerca fechando-as completamente. De sobra produzem frutos.
Inimigos potenciais dos frutos são os pássaros e alguns insetos alados. Os galhos, às vezes, poderão apresentar podridão e devem ser eliminados, mas não comprometem a planta.
O meu figueiral tem mais do que 10 anos e nunca foi adubado, não obstante as plantas são altamente produtivas e vigorosas.

Foto 2

E os espinhos? A colheita dos frutos será feita com uma vara de bambu tendo na ponta uma chapa de aço fina, em forma de U, de maneira abraçar o fruto e fixá-lo. Agora é só destacar o figo da palma, cortando um pequeno pedaço dela, com uma faca serrilhada e bem afiada. Se o figo cair ao solo deve ser descartado.
O que pouca gente sabe é que para suprimir os espinhos, os figos deverão passar por uma peneira, dessas que servem para peneirar areia. Dois ou três movimentos bastarão para eliminar todos os espinhos do corpo do figo, restando, todavia, os das extremidades. No caso de grande produção, uma esteira de tela vibratória resolverá o problema.
Agora podemos, segurando a fruta com o polegar e o indicador, cortar as extremidades onde ficaram os poucos espinhos e separar a polpa da casca. Foto 2.
Bom apetite!

quarta-feira, 2 de março de 2011

18. Figo da Índia (2)

Foto 1
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Foto 2
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A foto 1 nos mostra os frutos, sem a casca, inteiros e metades. A foto 2 apresenta os frutos, amarelos, inteiros e partidos ao meio. Discute-se sobre o sabor das variadas cores, mas o que importa é que todas são saborosas e doces. Comer figos gelados nos meses quentes do verão, época de sua maturação, é uma agradável experiência, além de, como toda fruta, ser fonte de vitaminas e frutose.
Segundo informações, o figo da Índia está fazendo parte da merenda escolar nas escolas do nordeste brasileiro e não era sem tempo tendo em vista que a planta foi introduzida no Brasil por dom João VI no século XIX! As palmas, suculentas, desde muito são utilizadas para alimentar o gado nos períodos das secas. No México, a planta tem uma enorme importância econômica e juntamente com o milho constituem a base econômica das pequenas propriedades. No Brasil continua uma fruta esquecida, com um produtor e exportador em São Paulo e pontualmente cultivado na colônia italiana no RS. Entretanto é uma fruta versátil com à qual se pode fazer geléia.
Para provar e comprovar, em janeiro de 2010 fizemos geléia das frutas separando-as por cores e retirando as sementes. Resultou uma massa de consistência sabor e cores sem igual. Sendo o figo da índia uma planta de fácil cultivo, nos perguntamos por que continua esquecida. Seria por causa dos espinhos? (continua)