ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

4. OLIVEIRAS (2)

                                                    OLIVEIRAS NA TOSCANA.

HÁ MUITOS ANOS, APÓS UMA NEVASCA DE 15 DIAS, AS OLIVEIRAS TIVERAM SUAS COPAS PREJUDICADAS E PODADAS. DA REBROTAÇÃO FORAM DEIXADOS DE DUAS A QUATRO NOVAS PLANTAS.

A OLIVEIRA DO PORTUGUÊS (continuação)
Antes de a oliveira frutificar, a casa foi vendida para um italiano que, certamente, comprou a oliveira e a casa veio de brinde. Eu era o vizinho da direita e, juntamente com o dono da casa, fiquei esperando, ansioso, a primeira colheita. Acho que foi lá pelo ano de 1960 que correu o boato. Tinham visto uma azeitona verde no pé, bem lá em cima. Eu não vi.
Pecado não ter havido uma boa produção porque eu estava até com a receita para iniciar o devido tratamento das olivas.
Quarenta anos mais tarde resolvi plantar oliveiras no sul de Minas Gerais. Isto porque cultivar oliveiras em pequenas propriedades é uma boa opção na Toscana, Itália, e provavelmente poderá ser também uma solução para viabilizar a sustentabilidade de pequenas propriedades no Brasil. Comecei, portanto, a estudar o assunto e, após conhecer as principais variedades existentes, resolvi procurar algum órgão do governo que tivesse mudas e tecnologia para oferecer.
Cheguei ao local justamente no dia em que estavam fazendo uma colheita. Havia dezenas de árvores, algumas com frutos. As plantas não eram novas e os frutos eram pequenos e tinham muitas imperfeições decorrentes de ataques de insetos ou fungos. Pensei: - Estas frutas só servem para se fazer óleo. E eu, que gosto também de azeitonas, como fico?
Em seguida chegaram os fotógrafos dos jornais convidados e começaram a fotografar.
Se aquela produção era motivo de tanta festa, não seria eu que me aventuraria como produtor de olivas!
Desisti de plantar, mas não de acompanhar o desenrolar da longa história (que mais parece uma novela), da aclimação de oliveiras em nosso país. (segue na próxima semana, como de costume)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

3. OLIVEIRAS (1)



Oliveira, árvore que produz olivas (azeitonas), de onde se extrai o azeite usado desde priscas eras para ungir, para azeitar, para cozinhar e para iluminar.

O óleo de oliva é o melhor dos óleos comestíveis, o óleo gourmet. É provável ter sido o primeiro óleo vegetal conhecido pelo homem. A oliveira, presente desde os tempos bíblicos, é a árvore símbolo, a árvore da paz, cujos ramos, como aqueles do louro, coroam os vencedores. Desde que me lembro haver comido a primeira salada, há mais de sessenta anos, me lembro também daquele azeite português de antiga linhagem. Já imaginaram pizza sem azeite? E aquele pão com azeite e sal, que tal? Azeite e azeitonas são essenciais para qualquer comida, seja ela italiana ou não. E então, porque o Brasil ainda importa azeite e azeitonas? A resposta preencherá todo um volume de quatrocentas páginas. Entretanto sejamos mais breves. A livre iniciativa, que poderia em curto tempo viabilizar a plantação de oliveiras no clima e solo brasileiro, até agora não se interessou pelo assunto que ficou adstrito aos órgãos oficiais, lerdos e burocratizados. Estamos há mais de quarenta anos gastando dinheiro com isso.
No final dos anos quarenta eu morava na Lapa SP. Meu vizinho, um português, comprou uma oliveira, se não me engano no Dierberger e a plantou em seu quintal. Naquela época eu já gostava de plantas e, curioso, segui o crescimento daquele vegetal esperando, durante anos, a primeira oliva. (não é novela, mas continua na semana que vem). Di Petta, 13.11.10

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

2. PEQUENAS PROPRIEDADES NA TOSCANA - ITÁLIA

                                  
As pequenas propriedades da Toscana, Itália, são responsáveis pelo cultivo de oliveiras, videiras e criação de ovelhas. É de onde saem o melhor azeite, vinho e queijo pecorino.


Os latifúndios, as grandes fazendas que cultivam cana, soja ou criam gado, tudo em grandes quantidades, fazem economia de escala e hoje constituem o esteio que sustenta e equilibra a balança comercial de nosso grande país. Todavia não são eles, os latifúndios, que realizam o homem do campo. As pequenas propriedades de até 50 ha, geridas pela família, reunidas de acordo com a produção em cooperativas, são mais eficientes e socialmente desejáveis. Na Itália existem cooperativas para os produtores de alcaparras, de olivas, de uvas para a produção de vinho, de leite para os queijos e tantas outras. Em geral funcionam bem. No Brasil, no mais das vezes, não funcionam ou tem vida breve. Lembramos da Coopercotia, de saudosa memória, padrão de cooperativa até seu ocaso. A reunião de cooperados é como assembléia de condôminos, ninguém comparece. Quando os cooperados não se interessam sempre tem alguém que se aproveita. Não vou escrever sobre o apoio do poder público ao setor porque não quero me aborrecer.
A Italia responde aproximadamente por ¼ da produção mundial de olivas, assim distribuído (dados de 2006 e cifras em quintais):

1. Calabria...................2 080 943
2. Puglia.......................1 914 535
3. Sicilia........................ 488 027
4. Campânia................. 338 591
5. Lazio......................... 248 514
6. Abruzzo.................... 204 717
7. Toscana..................... 171 205

Todas as outras regiões somadas perfazem 464 229 quintais, que é mais ou menos, a produção da Sicilia. Mais de 90% dessa produção é utilizada para produzir óleo.
1 quintal na Itália vale 100 kg.
Di petta, 10.11.10.



quinta-feira, 4 de novembro de 2010

1. PEQUENAS PROPRIEDADES, FRUTAS VERMELHAS.


NOVA FASE

Iniciaremos, hoje, uma nova fase em nosso blog. A experiência adquirida nos poucos meses vividos nesta nova atividade, embasada nas mensagens recebidas, sempre relacionadas às pequenas propriedades onde as atividades giram em torno da família, nos fez ampliar o objeto de nosso espaço. Trataremos, de uma maneira geral, dos problemas atinentes à pequena propriedade rural e sua sustentabilidade. A viabilidade ecônomica de uma pequena propriedade rural administrada pela família será , doravante, nosso objetivo. A produção de alcaparras é uma das formas de tornar viável o sonho de tantos brasileiros que, hoje vivendo em grandes cidades, gostariam de se mudar para o campo. Mas não é a única.
Na foto acima, feita de uma embalagem de frutas vermelhas compradas em Firenze ( Florença), Itália, em outubro, vemos ribes (groselhas), lampones ( framboesas), mirtillos ( mirtilos) e more ( amoras). O cultivo dessas pequenas frutas pode ser também um caminho. No Brasil o especialista nessa matéria é o meu amigo Eng. Rodrigo (Frutopia, Campos do Jordão). Sem dúvida é uma opção para quem deseja viabilizar sua pequena propriedade. Visite o blog: http://pequenasfrutas.blogspot.com/